À sombra de um abacateiro

À sombra de um abacateiro
O Abacateiro veio à Paraíso

Rádio Eco News

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sexta-feira, 26 de março de 2010

Artigo Publicado no Jornal do Tocantins

Caros Amigos,
Segue abaixo um artigo de minha autoria publicado no Jornal do Tocantins na edição de hoje.


O INÚTIL SUFOCO
A grande reclamação dos prefeitos tocantinenses vem sendo, ao longo dos últimos meses, a redução dos valores repassados pelo FPM (Fundo de Participação dos Municípios), já que não há geração de riqueza que proporcione outro tipo de receita aos cofres municipais. Os municípios dependem quase cem por cento do repasse federal.
Além do mais, reclamam também, que são obrigados a repassar vinte e dois por cento do valor bruto da folha de pagamentos dos funcionários municipais ao Instituto Nacional do Seguro Social, o tão abusivo INSS.
Na verdade, nem o INSS é abusivo e nem os prefeitos são obrigados a repassar os vinte e dois por cento. O que acontece, é que os representantes municipais tocantinenses, assim como a metade dos prefeitos brasileiros, não perceberam que o regime jurídico dos servidores públicos é diferente daqueles que laboram na atividade privada.
A Constituição Federal de 1988, garante aos municípios e aos servidores públicos municipais o Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), sistema previdenciário de caráter contributivo que gera economicidade ao erário alem de trazer benefícios aos servidores segurados.
A alíquota de vinte e dois por cento cobrada pelo INSS é alta devido ao bilionário déficit previdenciário que vem se acumulando ao longo dos anos, e que os municípios não devem arcar com essa despesa.
Ao criar um RPPS, o município inicia o plano previdenciário “do zero” somada às compensações previdenciárias que por ventura deverá receber do INSS referente às contribuições já pagas antes da criação. Sem herdar o déficit, e com a possibilidade de capitalização, o custo da previdência cai e automaticamente a alíquota a ser incidida é reduzida também. Ao invés de repassar os vinte e dois por cento ao INSS, o município repassa ao RPPS apenas onze. A alíquota é suficiente para garantir os pagamentos dos benefícios,vez que anualmente deverá ser feito uma reavaliação atuarial para prever os riscos e definir o custeio.
Tomando um município que possui uma folha de pagamentos de cento e cinqüenta mil reais, por exemplo, teríamos que repassar ao INSS a quantia de trinta e três mil reais que já é descontado no próprio FPM. Com o RPPS, neste mesmo exemplo, a obrigação patronal cairia pela metade, dezesseis mil e quinhentos reais.
A economia do município que cria seu próprio regime de previdência, a partir do exemplo anterior, poderia chegar a cifra de R$214.500,00 anuais, sem contar que ao servidor, garantir-se-ia o direito de se aposentar com as regras a ele estabelecidas
Aí vem a pergunta que o leitor deve estar fazendo: Por que então os prefeitos não criam nos municípios que governam seus RPPS’s? A resposta é simples. Não há estabelecida em nossa sociedade a cultura previdenciária. Os municípios e seus munícipes não conhecem, ou ainda, nunca ouviram falar deste dispositivo criado pela constituição de 1988. O Tribunal de Contas e o Ministério Público, ainda engatinham na matéria.
Para se ter uma idéia, dos 139 municípios tocantinenses apenas 14 migraram pra a previdência local. Desses quatorze, nove foram criados no período de 2006 a 2010, enquanto no pais, existem mais de dois mil municípios adeptos ao RPPS.
Não é exagerado dizer que o administrador que não cria o RPPS e continua contribuindo ao INSS, comete atos que ferem princípios da administração pública como a economicidade por exemplo, fazendo com que o dinheiro do contribuinte se perca no ralo da inoperância e da má gestão. Pagar por aquilo que não é necessário pagar, é pelo menos, um ato de imaturidade, de distração.
Imagine a ocasião em que dois prefeitos precisam ir à Brasília para um congresso. Os dois vão juntos à agência de viagens para comprar seus bilhetes. O atendente informa que possui para aquela data duas faixas de preço: a PROMO e a MEGA PROMO. É óbvio que os dois devem escolher a segunda opção, agindo assim de acordo com o princípio da economicidade. Que pena que na escolha do Regime de Previdência o prefeito prefere pagar mais por um serviço que ele pode pagar a metade.
Portanto, nota-se que existem ferramentas disponíveis para fazer com que os repasses de recursos sejam melhor utilizados. Basta que o gestor as utilizem.
Por fim, concluímos que desde 1988, os cidadãos, representados pela Assembléia Nacional Constituinte, rogam pela criação dos RPPS. E por enquanto, há prefeitos que viajam em classe econômica pelo preço de primeira classe.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Municípios perdem dinheiro ao recusar previdência Própria


Por: Ludmila Duarte

Roberto Maia (PMDB) diz que servidores temem fraudes
Apesar de terem a segunda maior dívida com o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), R$ 3,8 bilhões, atrás somente dos municípios de São Paulo (R$ 5,5 bi), as prefeituras baianas resistem em migrar para o regime previdenciário próprio – um sistema que já está reduzindo em até 50%, em todo o País, a despesa de quase dois mil municípios nas contribuições previdenciárias. 

A crítica é do presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, que tem oferecido, via CNM, consultoria gratuita para os gestores municipais que desejam fazer a migração deixando para trás o teto caro e esburacado do INSS: são 22% da folha de servidores pagos obrigatoriamente todos os meses pelos prefeitos para um sistema que acumula um déficit de mais de R$ 40 bilhões. 
Dos 417 municípios baianos, somente cerca de 40 criaram regime previdenciário próprio – o que significa implantar uma caixa, fundo ou instituto próprio de previdência, passando a recolher eles mesmos as contribuições dos servidores (11% do salário) e da prefeitura.
         Além disso, os municípios que deixam o regime geral passam a fazer jus a uma compensação previdenciária, paga pela União, pelos anos de contribuição ao INSS. 

Fraudes - “O regime próprio é bom”, reconhece o presidente da União das Prefeituras da Bahia (UPB), Roberto Maia (PMDB), “mas os servidores municipais temem fraudes e quebradeiras que algumas cidades já enfrentaram com o regime próprio, e sem o apoio deles é quase impossível fazer a migração porque ela tem que ser aprovada pela Câmara Municipal”, explica. 

O próprio Maia, prefeito de Bom Jesus da Lapa, a 777 km de Salvador, tentou implantar o regime próprio, mas esbarrou na resistência dos sindicatos municipais de servidores, que pressionaram a Câmara. 
A CNM garante que a nova normativa do Ministério da Previdência (MPS), editada em março do ano passado, praticamente blindou o regime próprio contra fraudes e desvios. São 89 artigos e mais a inclusão do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal na gestão do dinheiro que garante a aposentadoria dos servidores públicos municipais. 
De acordo com a CNM, são raros os casos em que o cálculo atuarial demonstra que a migração não vale a pena. Um exemplo é o município de Estrela Velha (RS), com folha de pagamento de R$ 72 mil mensais e que contribuía com R$ 32,4 mil todo mês para o INSS. 
Com regime próprio, a contribuição da prefeitura que era de 22% desceu para 11%, reduzindo a despesa pela metade. Indaial (SC) baixou seu desembolso de R$ 286 mil para R$ 191 mil mensais. 

http://www.atarde.com.br/politica/noticia.jsf?id=1349953

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

AO DEUS DARÁ!

Visitei o sul do Maranhão no começo desta semana.
                Lugar de belíssimas paisagens e povo hospitaleiro, Carolina é dona de um dos maiores complexos de ecoturismo do Brasil. A “Pedra Caída” é um santuário ecológico repleta de cachoeiras, cascatas e riquíssimas fauna e flora.


                Deus foi muito generoso com o Maranhão, que, além disso, ainda conta com Lençóis Maranhenses, Delta do Parnaíba na divisa com o Piauí, litoral de águas quentes e areias brancas.
                Mas para não ser injusto, Deus resolveu mandar um castigo, uma provação para o povo daquela terra. Mandou a família Sarney e seus “cupinchas” para governar.
                O estado sofre desmandos da família Sarney há mais de 50 anos.
O resultado de tudo isso é o atraso social que o Maranhão sofre.
Se estabelecermos uma comparação entre o Maranhão e o estado do Tocantins, notamos que o estado caçula, que também nunca teve um governo sério, apresenta um nível de desenvolvimento social bem superior ao outro. (Salienta-se que o Tocantins não é exemplo de desenvolvimento social para ninguém).
Enquanto isso, todos são coniventes com a situação maranhense. Governo corrupto, instituições falidas, povo deseducado, miserável, e sem as mínimas condições para viver dignamente. Resultado, porém, de uma administração coronelista e pessoal.
A coisa pública, no Maranhão, pertence à uma Família.
Através de uma pesquisa, constatamos o seguinte:

O DONO DO MARANHÃO


- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney.
Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas ‘maravilhosas’ rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.
Não gostou de nada disso? Então quer reclamar?
Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney



Pobre Maranhão
Que destino trágico, este do povo do Maranhão!
Jackson Lago foi eleito governador para acabar com o domínio da família Sarney, que há 50 anos acorrenta o Maranhão ao atraso e à miséria.
O Maranhão tem hoje os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil. Ao lado de Alagoas, naturalmente.
Jackson Lago foi prefeito de São Luís. Contra os Sarney. Jackson Lago foi eleito governador do Maranhão. Contra os Sarney. Para encerrar o reinado dos Sarney. Para isso ele foi eleito.
Porém, durante a campanha eleitoral permitiu que fossem usados os mesmos métodos que criticava na família Sarney.
Clientelismo, fisiologismo, utilização da máquina pública, exploração da miséria.
O então governador José Reinaldo Tavares, cria de Sarney que depois rompeu com o grupo, para eleger seu candidato cometeu vários abusos, entre os quais distribuição de cestas básicas e kits salva-vidas para os eleitores.
Tudo para eleger Jackson Lago e encerrar o domínio de seu ex-padrinho sobre o Maranhão.
Resultado: a coligação derrotada (Roseana Sarney) acusou Jackson Lago de abuso de poder político e econômico. O TRE cassou seu mandato e o do vice, punição confirmada pelo TSE. E por unanimidade.
O governador entrincheirou-se no palácio e declarou que só sairia depois que o STF julgasse todos os recursos. Mas já sofreu algumas derrotas no Supremo. Deixou o Palácio hoje de manhã.
O MST aliou-se ao governador, está acampado em São Luís e pretende fazer movimentação contra Roseana Sarney, candidata derrotada que ontem assumiu o governo.
Vamos dar um basta nisso.


Este artigo, diga-se de passagem, não possui nenhuma conotação político-partidária.
Serve, apenas, como forma de protesto ao que o Brasil finge que não vê.