À sombra de um abacateiro

À sombra de um abacateiro
O Abacateiro veio à Paraíso

Rádio Eco News

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sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

AO DEUS DARÁ!

Visitei o sul do Maranhão no começo desta semana.
                Lugar de belíssimas paisagens e povo hospitaleiro, Carolina é dona de um dos maiores complexos de ecoturismo do Brasil. A “Pedra Caída” é um santuário ecológico repleta de cachoeiras, cascatas e riquíssimas fauna e flora.


                Deus foi muito generoso com o Maranhão, que, além disso, ainda conta com Lençóis Maranhenses, Delta do Parnaíba na divisa com o Piauí, litoral de águas quentes e areias brancas.
                Mas para não ser injusto, Deus resolveu mandar um castigo, uma provação para o povo daquela terra. Mandou a família Sarney e seus “cupinchas” para governar.
                O estado sofre desmandos da família Sarney há mais de 50 anos.
O resultado de tudo isso é o atraso social que o Maranhão sofre.
Se estabelecermos uma comparação entre o Maranhão e o estado do Tocantins, notamos que o estado caçula, que também nunca teve um governo sério, apresenta um nível de desenvolvimento social bem superior ao outro. (Salienta-se que o Tocantins não é exemplo de desenvolvimento social para ninguém).
Enquanto isso, todos são coniventes com a situação maranhense. Governo corrupto, instituições falidas, povo deseducado, miserável, e sem as mínimas condições para viver dignamente. Resultado, porém, de uma administração coronelista e pessoal.
A coisa pública, no Maranhão, pertence à uma Família.
Através de uma pesquisa, constatamos o seguinte:

O DONO DO MARANHÃO


- Para nascer, Maternidade Marly Sarney;
- Para morar, escolha uma das vilas: Sarney, Sarney Filho, Kiola Sarney ou, Roseana Sarney;
- Para estudar, há as seguintes opções de escolas: Sarney Neto, Roseana Sarney, Fernando Sarney, Marly Sarney e José Sarney;
- Para pesquisar, apanhe um táxi no Posto de Saúde Marly Sarney e vá até a Biblioteca José Sarney, que fica na maior universidade particular do Estado do Maranhão, que o povo jura que pertence a um tal de José Sarney;
- Para inteirar-se das notícias, leia o jornal O Estado do Maranhão, ou ligue a TV na TV Mirante, ou, se preferir ouvir rádio, sintonize as Rádios Mirante AM e FM, todas do tal José Sarney.
Se estiver no interior do Estado ligue para uma das 35 emissoras de rádio ou 13 repetidoras da TV Mirante, todas do mesmo proprietário;
- Para saber sobre as contas públicas, vá ao Tribunal de Contas Roseana Murad Sarney (recém batizado com esse nome, coisa proibida pela Constituição, lei que no Estado do Maranhão não tem nenhum valor);
- Para entrar ou sair da cidade, atravesse a Ponte José Sarney, pegue a Avenida José Sarney, vá até a Rodoviária Kiola Sarney. Lá, se quiser, pegue um ônibus caindo aos pedaços, ande algumas horas pelas ‘maravilhosas’ rodovias maranhenses e aporte no município José Sarney.
Não gostou de nada disso? Então quer reclamar?
Vá, então, ao Fórum José Sarney, procure a Sala de Imprensa Marly Sarney, informe-se e dirija-se à Sala de Defensoria Pública Kiola Sarney



Pobre Maranhão
Que destino trágico, este do povo do Maranhão!
Jackson Lago foi eleito governador para acabar com o domínio da família Sarney, que há 50 anos acorrenta o Maranhão ao atraso e à miséria.
O Maranhão tem hoje os piores índices de desenvolvimento humano do Brasil. Ao lado de Alagoas, naturalmente.
Jackson Lago foi prefeito de São Luís. Contra os Sarney. Jackson Lago foi eleito governador do Maranhão. Contra os Sarney. Para encerrar o reinado dos Sarney. Para isso ele foi eleito.
Porém, durante a campanha eleitoral permitiu que fossem usados os mesmos métodos que criticava na família Sarney.
Clientelismo, fisiologismo, utilização da máquina pública, exploração da miséria.
O então governador José Reinaldo Tavares, cria de Sarney que depois rompeu com o grupo, para eleger seu candidato cometeu vários abusos, entre os quais distribuição de cestas básicas e kits salva-vidas para os eleitores.
Tudo para eleger Jackson Lago e encerrar o domínio de seu ex-padrinho sobre o Maranhão.
Resultado: a coligação derrotada (Roseana Sarney) acusou Jackson Lago de abuso de poder político e econômico. O TRE cassou seu mandato e o do vice, punição confirmada pelo TSE. E por unanimidade.
O governador entrincheirou-se no palácio e declarou que só sairia depois que o STF julgasse todos os recursos. Mas já sofreu algumas derrotas no Supremo. Deixou o Palácio hoje de manhã.
O MST aliou-se ao governador, está acampado em São Luís e pretende fazer movimentação contra Roseana Sarney, candidata derrotada que ontem assumiu o governo.
Vamos dar um basta nisso.


Este artigo, diga-se de passagem, não possui nenhuma conotação político-partidária.
Serve, apenas, como forma de protesto ao que o Brasil finge que não vê.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Passarim Seresteiro do Jalapão




Coloquei o meu player pra tocar aleatoriamente. Começou um solo de algum desses instrumentos de corda de aço. Acho que era um bandolim, ou talvez um cavaquinho, sei lá. Doeu a alma de tão triste. Uma voz masculina começou a cantar. É claro que eu conhecia aquela canção, e já havia ouvido por diversas vezes. Ouvi até ao vivo. Mas desta vez foi diferente.
A música me levou ao dia, salvo engano, 19 de Janeiro de 2005.
Praça do Espaço Cultural. Circuito Cultural Banco do Brasil. No caderno Arte e Vida do Jornal do Tocantins anunciava show de Alceu Valença às 22:00.
Como de costume, solitário, saí de Paraíso e fui ver o artista nacional. Cheguei no local por volta das 20:00 pra pegar um lugar melhor. Já estava lotado.
De repente, o locutor do evento anuncia Dorivã, o "Passarim do Jalapão". A luz se apaga. O canhão seguidor foca o cantor. O primeiro acorde é tocado. Começou cantar uma ciranda, que não me recordo qual. A leveza da voz combinava com as dissonâncias da melodia. E a cada música eu torcia para que o show não terminasse. Simplesmente fenomenal.
Músicas de letras fortes e ritmos contagiantes, é a marca registrada deste artista maravilhoso.
O show terminou e começou Alceu. Pra falar a verdade, preferi o Passarim. E ainda prefiro.
Corri imediatamente na mocinha que vendia CD e comprei um exemplar.
Me frustrei por que naquele dia porque não consegui um atógrafo.
Dois anos depois fomos colegas quando participamos como jurados de um festival aqui em Paraíso.
O encontro rendeu um dia inteiro de roda de viola na minha casa.

De lá pra cá, nos tornamos amigos.
Dorivã pelo próprio Dorivã saiu assim:



PARTO DE MIM

As vezes é preciso se sentir no mundo de Sofia  filosofando a  própria teimosia...
Era  julho da era de 61 nem sei a que horas do século passado.
só sei que os martelos e as picaretas zinian nas catras de cristal do velho itaporé e vala-me-deus.
E eu, me vendo exprimido,  naquele vão de pernas, sobre uma tarimba de varas de cachimbeiro, quando de repente ziniu nos tímpanos daquela santa parteira, e das vizinhas futriqueira, O choro espocado e infarento daquele menino birrento que insistia em berrar grave e desafinado competindo com  as  sinaladas da catedral de Dom jaime
e já tava até avisado no invisível, que era uma cria injeitada e de mãe cendera, e que o fundo duma rede rasgada e encardida e de beiradas caidas sem bicos e sem varanda assim o esperava.
E lá se vai o primeiro esfregar dos zoi naquela rica e cintilante claridade da bengala de Deus, e de santa luzia, que com sua  luz lilás apontada pra  moleira mole mole mole moleira mole daquele pobre rebento.Que era apenas mais um mais  um a apontar a cabeça nesse vão de mundo.
E ali! Nem parente e nem aderente  só o foguin  de uma  lamparina de pavio curto  queimando o pouquinho do querosene ainda lhe restava
sorte que ainda deu para alumiar  os primeiro fulguejar  daquele espoco de teimosia
E assim foi  traduzido o milagre divinal!  que Só as cenderas as cenderas  traz o merecido  choro solitário  desse momento angelical
Isso era   cristalandia da charqueada do vala me Deus do itaporé e da baixa da égua
E la se vai esse menino chorando e botando força botando força  botando força até descobri que era mais fácil botar força cantando cantando cantando cantando  que continuar chorando... caaaanta passarim


Hoje, Dorivã divulga o seu mais novo trabalho. O CD Taquarulua, lançado ano passado em Taquaruçu, traz canções inéditas, e algumas delas em parcerias com compositores regionais, como Tião Pinheiro e Chiquinho Chokolate.
Hoje, já passados cinco anos daquele show em palmas, por ironia do destino, tenho o Dorivã como amigo pessoal, e posso desfrutar de sua presença quase que semanalmente.
A forma como canta, encanta quem ouve e faz chorar a alma de quem aprecia.
Aliás, as músicas do Passarim não servem para serem escutadas. Servem, de verdade, para serem absorvidas.
Viva o Dorivã! Viva o Passarim! Viva a Música Tocantinense!

PS.: A música que me referi no começo do artigo é "Passarim Seresteiro", a última faixa do CD Taquarulua.


quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Mi Buenos Aires Querido



Não compreendia que o Tango era tão importante para os Argentinos assim como o samba é importante para os Brasileiros. Aliás, é muito mais que isso. É unanimidade nacional.
No dia 01 de Janeiro, juntamente com minha esposa Mônica e meus dois irmãos Jonas e Itallo, desembarcamos na capital Argentina. A primeira impressão não foi muito boa, já que o aeroporto estava em reformas e a sensação era que estávamos ainda em terras tupiniquins.
Já no taxi, Buenos Aires foi se mostrando em largas avenidas e transito organizado.
A viagem foi comum a qualquer outra feita por "estrangeiros nacionais".
Mas o que impressionou foi o Tango. Buenos Aires possui inúmeras casas de Tango que, além do espetáculo musical, vendem de forma casada o jantar.
Arriscamos entrar em uma pequena agência de turismo, localizada na Calle Florida, com o intuito de adquirir ingressos para conhecer o tango de verdade.
Já haviam nos sugerido o espetáculo "Señor Tango", mas a atendente nos disse que tal apresentação seria muito maçante e não traria o Tango Tradicional, e sim mistura de Argentina com Broadway. Resolvemos comprar dois shows então. Señor Tango e Sabor a Tango, pra estabelecermos critérios de comparação.
Primeiramente fomos ao Sabor a Tango. Lugar aconchegante de arquitetura renascentista contruído em 1878.
Demorou muito para começar e aparentemente o sistema de Ar- condicionado não estavam ligados.
A espera valeu quando um cantor no meio da multidão, com timbre vocal que remete Carlos Gardel começou a cantar.
No palco, dois violonistas, um pianista, uma violoncelista e um bandoleón foram protagonistas do espetáculo enquanto quatro pares de bailarinos dançavam as músicas cantadas por um cantor e uma cantora.
De queixo caído durante todo o espetáculo foi do jeito que fiquei. Impressionadíssimo com a sincronia da banda e com os passos sensuais dos bailarinos. Não foi preciso, para chamar a atenção dos espectadores, grandes efeitos de iluminação ou produção de figurino e palco. A performance exclusiva dos artistas é o ponto alto do show.
No outro dia fomos ao Señor Tango.



O lugar é maravilhoso, confortável, o ar condicionado funciona, o palco é perfeito e a luz mais ainda. O palco móvel e giratório fica no centro do salão. As luzes se ascenderam e um cavaleiro montado em um cavalo baio inicia o show ao meio de gelo seco e iluminação indireta. Tudo isso para tentar contar a história do Tango.

O figurino dos atores é impecável. O proprietário do "saloon" é o protagonista do show. O próprio dono quem conta e canta o tango. Muito bonito, mas só tem um problema: O que se vê menos no show é tango. Perdeu-se a característica principal da dança e investiu-se em megaprodução. Portanto, aconselho aos turistas procurarem outra casa de tango, caso seja tango que procurem.
De lá pra cá não me canso de ouvir os hits portenhos.
Mas ainda prefiro a ginga da mulata e o batuque dos tan-tans.
Tanto é verdade que todas as tardes nos reuníamos no saguão do hotel para cantar os cantos tocantinenses.


MUSICAL
Filhos do Brasil

Musical de Oswaldo Montenegro retrata diversas manifestações culturais do país





EDITORIAL

Encenado pela Cia. Mulungo, dirigida por Oswaldo Montenegro, o musical Filhos do Brasil aborda diversas manifestações culturais do país, por meio de canções e textos populares. Assim, a peça retrata o trabalhador rural, o artista hip hop paulista, a festa junina do interior, o funk carioca, o repente nordestino e a pureza das meninas da cidade pequena.

Oswaldo Montenegro assina a criação e concepção da peça e de grande parte das músicas da trilha sonora. Algumas canções surgiram da inspiração dos integrantes do elenco, durante os ensaios e reuniões. A flautista Madalena Salles é assistente de direção de Oswaldo neste projeto.

No elenco, participa o Tocantinense aqui de Paraíso do Tocantins, Léo Pinheiro, que a 2 anos integra a trupe de Oswaldo.

No Youtube, você pode conferir trechos da Cia. Mulungo e da Peça.


O Alpha

Minhas vontades juvenis sempre foram: ser astronauta, tocar violão, escrever críticas para um jornal e ter um cachorro.
Com vinte seis anos de idade, não sou astronauta ainda, toco um violãozinho meia-boca, o cachorro que eu tive morreu com dois meses de idade e ainda não escrevo para um jornal.
Ser astronauta já tirei da cabeça. O violão estou me esforçando. O cachorro eu desisti. A mulher não quer. Escrever para o Jornal é que ainda não consegui.
Fui dar uma pesquisada no dicionário e achei a seguinte definição:

Jornal
s. m.
1. Salário (de um dia de trabalho).
2. Gazeta diária.
3. Por ext. Periódico.



Pronto! Eureka! Nunca consegui uma vaga no Jornal do Tocantins. Mas se Jornal é periódico, gazeta diária, porque não escrever no meu?
Foi daí que nasceu a ideia de criar esse informativo, que ainda não sei qual será a periodicidade, mas que trará informações, desinformações e até um pouco de futilidade.
Estou contente em poder, finalmente, ter um lugar onde posso falar, sob meu ponto de vista, dos acontecimentos cotidianos.
Então vamos lá. Sejam bem vindo ao fantástico mundo de Bob.